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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Fitness e Hipopótamos


Que chato. Peguei um resfriado e logo veio me apoquentar a faringite. Nada demais se não fosse o fato que preciso imensamente da voz para trabalhar, orientar meus pacientes e explicar a eles como tomar os remédios. Isso sem falar na sensação de falta de ar que dá. Por isso hoje só corri 5 km e estou preocupada, com medo de perder o preparo físico, afinal, fins de semana e sextas já não corro mais por causa das viagens a São Paulo.
Não posso nem pensar e engordar de novo, pois além de todos os meus jeans serem 36/38, não toleraria ter a aparência hipopotomal de outrora. Agora só vou aceitar plantões em hospitais que tenham ala de fitness !
Mudando completamente o assunto essa semana minhas fórmulas de peeling ficarão prontas. A de AHA mandei aviar com essência de melancia e a de ácido glicólico com essência de limão com açúcar, na Pharmacotecnica de Tupã. Depois da formatura do Altino começarei a testá-las nos familiares! Tudo pela ciência, e no caso tudo pela beleza!
Este sábado o Kiko se forma no ensino médio, sensação boa, de bom trabalho, agora só resta a faculdade e um bom trabalho, daqueles que a gente se divirta e ainda ganhe bem porisso.
Falando em se divertir hoje conheci uma modalidade nova de atestado.... Me solicitaram um atestado pré-datado... Não preciso nem dizer o que respondi, né: N-Ã-O!
É, vivendo, aprendendo e sonhando, com um mundo menos abusante...






sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tá Todo Mundo Louco

Meus filhos me criticaram porque falaram que para mim, todos são loucos.
Não é isso. Repensando bem, eu acho que sou a única doida.
Porque é que quando a gente pergunta "Tudo bem?", a outra pessoa geralmente responde: "Tudo bem, tem que falar que tá bem, né?".
Gente, antigamente, as famílias mais numerosas, 'as vezes tinham para os filhos um par de sapatos só, que era alternado entre os irmãos. Na escola, um ia com o "kichute" (agora entreguei a idade...), e os outros iam com as havaianas (antes delas serem internacionais, quando ainda eram "não soltam cheiro, não soltam tira"). Merenda escolar? Nem sabíamos o que era isso. Quem tinha material escrevia, quem não tinha, ou roubava dos colegas, ou ficava sem aprender.
O pobre fazia uma refeição só, quando fazia, e emprego, nem de longe... 
Sus não existi. Só era atendido quem pagava particular ou tinha o "INPS", ou seja, trabalhava de carteira assinada.
Remédio? Caríssimo. Não tinha de graça para quem não tinha emprego. Não haviam genéricos.
Câncer? Matava todo mundo. O médico receitava morfina e mandava para casa, para "morrer com dignidade", que geralmente significava morrer fedendo e berrando.
Mulher só podia transar depois do casamento,e homem tinha que transar sempre, mesmo com oito anos de idade, numa zona que o pai mesmo levava. Um filho por ano, até surgir o anticoncepcional na década de sessenta, e um filho por ano mesmo assim, porque o anticoncepcional não chegava a todas as camadas sociais com a mesma facilidade. 
Polícia servia para dar cacetada no pobre e no "comunista". O bom que bandido era a mesma coisa,mas menos corporativista, não tinha nem PCC, nem CV.
Hoje, ao invés de desnutrição, nosso maior medo é a obesidade. Ao invés de sofrermos sem ter nada, sofremos com consumismo exagerado, excesso de geração de lixo, ao qual nem sabemos que destino dar, e com o uso indevido do crédito pessoal, tudo isso vindo do descalabro do nosso século.
A próxima pessoa que falar que "tem que falar que tá bem" vai escutar. Ôpa se vai.
Mesmo com toda súmula, com todo cúmulo, com todas paroxítonas da língua portuguesa, e com todas as dores do lendário católico-romano, não há cristão, ou muçulmano, ou budista, ou espírita que aguente tanta lamentação, num mundo rico de oportunidades, ainda longe de ser ideal, mas muito, muito menos desigual.
Não precisamos olhar muito para trás. Olhando uns dez ou quinze anos... Quantos tinham casa própria, emprego, carteira assinada, filhos com material escolar dado na escola? Bolsa para a faculdade?
Não tem nada a ver com política o que eu estou falando, pelo menos não quero ter. Tem a ver com lamentar toda hora, reclamar 'a toa... Vamos aproveitar essas oportunidades materiais que estamos tendo e mudar nosso mental!
Não está maravilhoso, mas está muito melhor, e tudo está mudando o tempo todo, novas tecnologias aparecem, para combater doenças, pobreza e o crime. Temos que acreditar num mundo melhor, porque se não mudarmos nosso ser não há como o mundo ser melhor.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dia do Médico

Papai, eu vou fazer medicina, vou prá Amazônia cuidar dos índios, e de sobra vou também descobrir a cura da alergia!
Já fazem mais de 30 anos que falei isso para o meu pai, e ele meio que orgulhoso, meio que descrente, falou "que bom, minha filha"
Mal sabia ele, que um terço dessa frase ia ser verdadeira. Sim, um terço, porque não fui para a Amazônia cuidar de índio (ainda) e não descobri a cura da alergia (e não estou nem perto disso).
Mas faria tudo de novo. As noites estudando, as noites estudando, as noites estudando, e os dias também. 
Ia para a praia e levava livros e notas. Minha cor de carioca? Amarelo-faculdade!
Filhos? Durante a faculdade. Fui parindo e levando eles comigo. Depois levava para os plantões.
E quando descobri a Internet? Meu Deus, que maravilha! Agora informação é de graça!
Fazer cursos 'a distância! Nossa, quanta coisa aprendi, mesmo depois de formada!
Parabéns para todos meus colegas, pois amanhã é o dia do Médico!
Parabéns para mim, e para o meu pai, que acreditou em mim, mesmo eu sendo uma pirralha do cabelo despenteado, magrela, mas já tinha a cor amarelo-faculdade!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Reunião

As reuniões de equipe em uma estratégia de saúde da família são essenciais. É lá que a gente se entende, discute casos, planeja uma atenção singular a algum usuário mais necessitado, e até "lava a roupa suja"! Rs, que no caso do nosso postinho não passa de uma ou outra lingerie (com muita classe!).
Nós somos uma equipe muito unida, não se meta com o PSF1!!!! Rs!
E as meninas sempre sabem que podem contar comigo: "Nâo tema, com Leilany não há problema!"
Aí tem algumas fotos das nossas reuniões, que ocorrem 'as terças-feiras, 'as 15:30h.
A Akemi, da DRS tem vindo dar uma força, e nos brindar com as mais novas "boas práticas"!

domingo, 25 de setembro de 2011

Um dia de SUS

Achei muito engraçado (se não fosse trágico) uma fato que me acorreu em uma cidade muito muito distante, em um postinho muito muito longíquo.
CHamei a próxima consulta, e entrou um senhor, desacompanhado, de seus 60 aninhos,muito bem vividos. Ele era uma figurinha, sua tez era clara, mas lembrava o solo do sertão, todo rachadinho. Sua pálpebras caíam sobre seus olhos cansados e acinzentados. Suas bochechas exibiam o cansaço de muitos sorrisos, e lhe caíam sobre a laterais da boca. Não tinha queixo, mas tinha uma bela papada, que embora fosse magro,chegava até o meio de seu pescoço.
Sentou bem a minha frente, e foi logo tirando uma bolsinha de supermercado e virando de ponta a cabeça a tal bolsinha na minha mesa. Caíram cerca de 17 tipos diferentes de remédios, e ele foi me explicando cada um. Um por um. Depois explicou o horário que tomava cada um e para que servia cada um (bom,pelo menos para o quê ele achava que servia, porque eu nunca soube que luftal, que é para gases, servia para dor no peito, embora faça algum sentido sim).
De vez em quando eu olhava de soslaio para o reloginho do celular, e uma gota de suor pingava da minha testa, já preocupada com a fila para atender, que só aumentava.
Quando enfim o velhinho parou de falar eu aproveitei a deixa e fui examiná-lo: pele e fâneros, orofaringe, ouvidos, tórax, abdomem e pernas. 
Ligeiramente disse que estava tudo bem, prescrevi alguns remedinhos e o dispensei com um sorriso de tarefa cumprida, 37 minutos após sua chegada em meu consultório.
Então, o senhor dá um longo suspiro e conclui: "é SUS mesmo... quanto tempo mais vou ter que esperar, cadê o DOUTÔ?"